Arqueólogos encontram evidências da travessia dos hebreus do Egito até Israel

Primeira evidência do relato bíblico do Êxodo pode ter sido encontrada em escavações próximas ao rio Jordão
De acordo com a Bíblia, os israelitas foram conduzidos por Moisés do Egito até a terra prometida de Canaã, que abrange Israel nos tempos modernos. No entanto, muitos estudiosos têm questionado a falta de bases históricas que comprovem a travessia dos hebreus.
Contrariando o argumento de pesquisadores céticos, um novo estudo encontrou evidências históricas para o Êxodo em ruínas próximas ao rio Jordão.
O local indicado por arqueólogos é Khirbet el-Mastarah, no Vale do Jordão, que se estende por Israel, Jordânia, Cisjordânia e chega ao sopé das Colinas de Golã.
De acordo com David Ben-Shlomo, arqueólogo da Universidade Ariel, esta pode ser a primeira evidência do relato bíblico. “Não provamos que esses campos são do período dos primeiros israelitas, mas é possível”, disse ao jornal britânico Daily Express nesta terça-feira (25).
Os arqueólogos Ben-Shlomo e seu parceiro de escavação americano, Ralph Hawkins, da Universidade Averett, estão analisando se as ruínas são consistentes com um povo nômade recém-chegado.
Entre as ruínas foi encontrado uma espécie de muro baixo que acredita-se ter sido usado como um cercado de pedras rudimentares para os animais — consistente com práticas nômades.
Além disso, fragmentos de cerâmica no local foram datados da Idade do Bronze (1400-1200 a.C.) ou da Idade do Ferro (1200-1000 a.C.), por volta da época associada à chegada dos israelitas.
Os arqueólogos disseram que isso poderia explicar por que os fragmentos de cerâmica foram encontrados fora, e não dentro, dos muros de pedra. “O chão das estruturas estava praticamente vazio de descobertas e, portanto, não poderíamos datá-los por métodos arqueológicos convencionais”, disseram eles.
“Nos assentamentos beduínos, as pessoas vivem em barracas feitas de [materiais] perecíveis que são realocados a cada estação, portanto, os artefatos não poderiam estar associados à arquitetura de pedra. Então, as estruturas podem ter abrigado animais, e não pessoas, que viviam nas tendas ao redor delas”, acrescentaram.
Região de nômades
O local, a oito quilômetros ao norte de Jericó, também faz mais sentido como um assentamento nômade do que permanente. Além de ser um local isolado, as temperaturas podem chegar facilmente a 45ºC e a precipitação de chuvas anual é de apenas 1 centímetro.
“A paisagem é árida na maior parte do tempo e até mesmo nos tempos modernos a maioria da população é beduína (nômades do deserto)”, disse Ben-Shlomo.
Agora os arqueólogos estão trabalhando para confirmar se o sítio é tão antigo quanto suspeitam. Amostras do solo de Khirbet el Mastarah foram enviadas para análise e amostras das paredes de pedra serão submetidas a testes que possam revelar sua idade.
Os resultados são esperados em alguns meses.
Os arqueólogos também estão planejando escavar perto de Uja el-Foqa, que fica em uma colina com vista para o vale de Jericó, para determinar se o local pode estar ligado ao assentamento israelita da região.
No entanto, o trabalho ainda apresenta desafios — os arqueólogos precisam encontrar mais pistas culturais de que o local realmente pertencia aos israelitas. “É difícil, já que muitos aspectos da cultura de diferentes grupos (do leste ou oeste do rio Jordão) podem ser muito similares ou não indicativas o suficiente”, disse Ben-Shlomo.
Fonte: Guia-me / com informações do Daily Express – Fotos: The Jordan Valley Excavation Project | 25/09/2018