Pr. Antonio Gilberto
A Bíblia alimenta nossas almas (Jr 15.16; Mt 4.4; 1 Pe 2.2). Não há dúvida de que o estudo da Palavra de Deus traz nutrição e crescimento espiritual. Ela é tão indispensável à alma como é o pão ao corpo. Nas passagens acima, ela é comparada ao alimento, porém este só nutre o corpo quando é absorvido pelo organismo. O texto de 1 Pe 2.2 fala do intenso apetite dos recém-nascidos; assim deve ser o nosso desejo pela Palavra. Bom apetite pela Bíblia é sinal de saúde espiritual. Como está o seu apetite pela Bíblia?
A Bíblia é o instrumento que o Espírito Santo usa (Ef 6.17). Se em nós houver abundância da Palavra de Deus, o Espírito Santo terá o instrumento com que operar. É preciso, pois, meditar nela (Js 1.8; Sl 1.2). É preciso deixar que ela domine todas as esferas da nossa vida, nossos pensamentos, nosso coração e, assim, molde todo o nosso viver diário. Em suma: precisamos ficar saturados da Palavra de Deus.
Um requisito primordial para Deus responder às nossas orações é estarmos saturados da sua Palavra (Jo 15.7). Aqui está, em parte, a razão de muitas orações não serem respondidas: desinteresse pela Palavra de Deus. Pelo menos três fatos estão implícitos aqui: a) na oração, precisamos apoiar nossa fé nas promessas de Deus, e essas promessas estão na Bíblia; b) por sua vez, a Palavra de Deus produz fé em nós (Rm 10.17); além do mais, c) devemos fazer nossas petições segundo a vontade de Deus (1 Jo 5.14), e um dos meios de saber-se a vontade de Deus é através da sua Palavra.
Na vida cristã, e no trabalho do Senhor em geral, o Espírito Santo só nos lembrará o texto bíblico preciso se de antemão o conhecermos (Jo 14.26). É possível o leitor ser lembrado de algo que não sabe? Pense se é possível! Portanto, o Espírito Santo quer não somente encher o crente, mas também encontrar nele o instrumento com que operar a Palavra de Deus.
Ter o Espírito e não conhecer a Palavra, conduz ao fanatismo. Pessoas assim querem usar o Espírito em vez de Ele usá-las. Conhecer a Palavra e não ter o Espírito conduz ao formalismo. Estes dois extremos são igualmente perigosos.
A Bíblia enriquece espiritualmente a vida do cristão (Sl 119.72) . Essas riquezas vêm pela revelação do Espírito, primeiramente (Ef 1.17). O leitor que procurar entender a Bíblia somente através do intelecto muito cedo desistirá do seu intento. Só o Espírito de Deus conhece as coisas de Deus (1 Co 2.10). Um renomado expositor cristão afirma que há 32 mil promessas na Bíblia toda! Pensai que fonte de riqueza há ali! Entre as riquezas derivadas da Bíblia está a formação do caráter ideal, bem como a moldagem da vida cristã como um todo. É a Bíblia a melhor diretriz de conduta humana; a melhor formadora do caráter. Os princípios que modelam nossa vida devem proceder dela. A falta de uma correta e pronta orientação espiritual dentro da Palavra de Deus, especialmente quanto a novos convertidos, tem resultado em inúmeras vidas desequilibradas, doentes pelo resto da existência. Essas vidas só um milagre de Deus pode reajustá-las. Pessoas assim ferem-se a si mesmas e aos que as rodeiam.
A Bíblia é a revelação de Deus à humanidade. Tudo que Deus tem para o homem e requer do homem, e tudo que o homem precisa saber espiritualmente da parte de Deus quando à sua redenção, conduta cristã e felicidade eterna, está revelado na Bíblia. Deus não tem outra revelação escrita além da Bíblia. Tudo o que o homem tem a fazer é tomar o Livro e apropriar-se dele pela fé.
O autor da Bíblia é Deus, seu real intérprete é o Espírito Santo, e seu tema central é o Senhor Jesus Cristo. O homem deve ler a Bíblia para ser sábio, crer na Bíblia para ser salvo, e praticar a Bíblia para ser santo.