Pr. Martim Alves da Silva
Quando vossos filhos vos disserem: Que culto é este vosso? Então, direis: Este é o sacrifício da Páscoa ao Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios e livrou as nossas casas. Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”
(Êx 12.26,27; I Co 5.7).
A última praga que Deus enviou sobre o Egito foi a sentença de morte de todos os primogênitos. Através dela Jeová executou “juízo sobre todos os deuses do Egito”. O “Deus que é” concentrou sua justiça no Faraó divinizado e não apenas devastou seu reino presente, mas acabou com sua dinastia ao matar seu primogênito, o herdeiro ao trono e também considerado divino. Essa sentença teria alcançado os hebreus, se eles não tivessem sacrificado o “cordeiro pascal” e se protegido com o seu sangue redentor.
Desejando Deus que seu povo sempre se lembrasse da noite do seu livramento, instituiu a festa da Páscoa como comemoração perpétua. A palavra páscoa significa “passar de largo”, pois o anjo destruidor passou de largo nas casas onde havia sido aplicado o sangue nas ombreiras e na verga da porta.
Na Páscoa, Deus revelou que a base da aliança com seu povo era o sangue e mostrou que a salvação viria por meio da morte. Em sua graça, porém, aceitaria um cordeiro como sacrifício substitutivo. A festa da Páscoa é a figura mais clara no Antigo Testamento da nossa salvação individual pela fé, no sangue vertido por nosso Senhor Jesus Cristo, o nosso Cordeiro Pascal.
Assim como a páscoa foi instituída para marcar o começo da saída da escravidão no Egito. Assim também na comunhão com Cristo encontramos uma saída que nos liberta da velha vida com sua escravidão ao pecado.
A Páscoa representava uma verdade dolorosa: o livramento da escravidão do pecado teria um alto preço. Ao mesmo tempo, corporificava paz: a liberdade traria consigo uma nova vida e um novo status. Depois da Páscoa, aqueles que outrora haviam sido escravos se tornariam filhos de Deus.
A importância da Páscoa é demonstrada pelo fato de que na época de Cristo era a festa por excelência, a grande festa dos judeus. O rito não só olhava retrospectivamente para aquela noite no Egito, mas, também, antecipadamente para o dia da crucificação.
A Páscoa do Senhor nos faz recordar de Jesus como nosso Cordeiro Pascal. A nossa vida foi preservada porque Ele nos amou até o fim. Portanto, não precisamos celebrar a Páscoa com um cordeiro assado, com pães asmos e ervas amargas. Esses elementos fazem parte da cultura judaica. (uma celebração que não tinha no cardápio coelho e ovos de chocolate).
Na noite em que foi traído, Jesus não somente comemorou a Páscoa. Ele a encarnou. A Ceia do Senhor foi instituída por Cristo durante esta festa e deve sempre ser celebrada, em memória do seu amor imperecível, pelos seus seguidores.
O pão que partimos é a comunhão do corpo de Cristo. O cálice que bebemos é a comunhão do sangue de Cristo. A celebração é o penhor da sua volta.
A celebração da Páscoa era um memorial para os judeus com relação à libertação que Deus lhes concedera, tirando-os do Egito.
A Santa Ceia representa, para nós, um memorial que fala da gloriosa, incomparável e eterna libertação que Deus, em Cristo, outorgou à Igreja.
Sendo assim, devemos através da celebração da Ceia do Senhor (uma ordenança neotestamentária) relembrar o modo como Jesus Cristo nos libertou do pecado (na cruz do calvário) e expressar a nossa esperança pelo dia da sua vinda.
Portanto, devemos ser bastante cuidadosos e criteriosos para que não comamos e bebamos de maneira indigna. (examine-se o homem a si mesmo). Quando chegarmos à mesa, pensemos em Cristo. (fazei isto, em memória de mim).
A Ceia do Senhor é uma celebração em que relembramos não a morte lamentável de Jesus, mas, uma morte que propicia vida e VIDA ABUNDANTE para todos os fiéis que aceitaram, pela fé, o seu sacrifício vicário, único e perfeito na Cruz do Calvário.
O nosso Cordeiro Pascal é Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e que foi sacrificado na celebração da páscoa para nos dar VIDA ABUNDANTE.
“Para que todos sejam um”