A Quem Enviarei?

Pr. Paulo Ferreira

Encontramos nas escrituras, com relativa freqüência, Deus à procura de mensageiros.

Nos céus sempre foi fácil encontrá-los: a destruição de Sodoma, o anúncio a Abraão de que Sara seria mãe na velhice, a chamada de Gideão, para livrar seu povo, a resposta às orações de Daniel, o anúncio do nascimento de João Batista, as boas novas a Maria, o anúncio aos pastores de Belém, a chamada de Cornélio, são alguns exemplos de oportunidades em que Deus lança mão de anjos, sempre dispostos a trazer aos homens mensagens divinas.

Quando se trata de homens, porém, verificamos a grande dificuldade de encontrá-los disponíveis. A Moisés, disse o anjo do Senhor: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo… vem agora, pois e te enviarei a Faraó. Então disse Moisés a Deus: Quem sou eu que vá a Faraó… (Ex 3.7,10,11). Seguem-se irritantes desculpas, mesmo depois de milagres extraordinários, insistindo Moisés em sua incapacidade de realizar o grande projeto de Deus para libertar o povo de Israel. É quando Deus fica irado, (4.14) e encontra um jeito de convencer Moisés, colocando Arão para ajudá-lo.

No caso de Isaías, Deus exclama do alto do seu trono: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? (Is 6.8). Quanto a Jonas, Deus lhe ordena: Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim. (Jn 1.2). Segue-se um Jonas apavorado, fugindo ao cumprimento da tarefa.

No Novo Testamento encontramos Jesus enviando inicialmente os doze, depois os setenta e finalmente, depois da ressurreição, toda a Igreja, que tem a responsabilidade de espalhar as boas novas da salvação.

É claro que a obra da pregação do evangelho não está confinada a um grupo de crentes pré-selecionados, qualificados, especiais, competentes. Cabe a toda a Igreja, de acordo com a habilidade de cada um. Em Efésios 4.11,12, Paulo deixa bem claro que a chamada é para todos: “Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo.” Isto significa que cada um de nós tem o seu papel no cumprimento de tarefas que lhe são peculiares. Não há desculpas para fugir à sua responsabilidade, meu irmão. Ela é pessoal e intransferível.

Somos todos missionários. No trabalho, no bairro, no ônibus, na escola, onde quer que estejamos, exalamos, por palavras, por atitudes e ações, “o bom cheiro de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem” (2Co 2.15). Portanto, fique atento à sua chamada. Deus conta com você.